segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Não preciso entitular



As vezes demoramos para perceber o que está diante dos nossos olhos. A cegueira agora é acometida pelos desejos e anseios até então guardados dentro do interior que se reprime e se cansa. Cada cabeça pode ser um mundo, mas esses “mundos” têm uma parte de nós em cada um deles. A forte luz da realidade faz enxergar agora o que realmente se vê, sem roupas, mascaras e /ou qualquer outro artifício que pudessem cobri-los de si.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Tinta

Perante o alívio me deparo com a preocupação das reações, de onde elas vêem? não sei. As coisas vão se organizando conforme diz o tempo. As palavras não encontram o fundo da pintura principal, longe de ser obra de arte, tão pouco tela sobreposta, pedestal. Visualizo o pano sem cor, aos poucos o tinjo com meus borrões, desconexo, desentendido, sem sentido e conexão. Altos e baixos compõe as pinceladas da minha escrita, fala, ouvidos, mão, cara fechada, porém de sorriso aberto!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Solar do sertão

Aos poucos o sol vai baixando, vai brilhar o outro lado que ainda está escuro. A paisagem verde-marrom anuncia o por do sol no sertão, poucas arvores, muitos arbustos. Da janela vejo os montes, morros e montanhas, sob elas pinturas de nuvens azuis, brancas e alaranjadas.

Casas, uma aqui outra acolá, pessoas em sua frente, no rol, na varanda, no varandá, varandeando com o se por solar. E aos poucos as nuvens vão se moldando, transformam-se em peixes, pássaros e pessoas e, entre capins molhados e barro, sentia  o cheiro da lagoa, de vitórias regias, da flor de palma e do mandacaru florindo na seca.

Sinal de chuva lá de longe, o sol agora brilha mais forte, uma miscelânea de cores, verde, rosa, laranja, lilás, vermelho, amarelo , anil, e o céu mais belo eu pude ver hoje, sentia ele, o sol, dando o reluz do meu sorriso nesse fim de tarde.

E agora o poderoso rei desapareceu, só resta o seu amarelo-laranja nas nuvens, pouco a pouco o azul-anil do céu vai escurecendo a estrada de terra, chão batido. 

terça-feira, 8 de março de 2011

Voar

Queria voar entre as nuvens e poder ver lá de cima a imensidão dos meus pensamentos, sentir a brisa leve da noite estrelada no meu rosto, amanhecer voando com os pássaros e com eles cantar à minha beleza. Quero o voar mais esplendido e encantador das asas do beija-flor, poder entrar em meio a jardins e flores campestres, sentir o cheiro do meu perfume, doce e suave ao gosto do orvalho da mais bela manhã. Quando o sol aparecesse iria voar celebrando-o com o mais belo cantar, voaria sem cessar, iria de jardim aos campos silvestres à procura do meu perfume, sob o lume solar.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

De-mim

Sobre as folhas,
e os matos verdes
tenho a força
e o brilho,
da luz do sol
tanto no preto como no branco...

Sobre sua luz eu caminho,
ele me irradia,
ilumina,
 faz clarão.
E mesmo com um olhar
posso ver o horizonte...

Quando busco o meu
eu, próprio e singular,
pois eu sei quem sou de costas
e, no meio das flores,
Risos e sorrisos
EU me encontro.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Chá de Lembranças

O sabor do limão mistura-se com o cheiro do capim cidreira. Palavrasliquidas são ingeridas para amenizar a torce que aperta os pulmões, espirros e rouquidão são embalados miscelânea de odores do açucarado chá. Ao som da chuva fina que dança um balé-sapateado nas telhas das casas, o corpo mole ofusca o corte de cabelo aos olhos baixos da dor corporal. A ânsia sentida após a fotografia ocular reascendeu desejos de outrora, o lugar azul esverdeado, de paredes cinza que revestia o estofado, fizeram lembrar a sala de aula e as águas marrom cristal, que o suor transformava e transpirava os desejos de agora. Embaixo da árvore, arbusto que se fez coqueiro, sobre o celeste azul do céu, via-se os castanhos dos teus olhos saltarem com o gozo dos pássaros que cantavam ao fundo, pousados em arvores que rangiam com o assovio do vento.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Outras coisas

Vazio, frio, seco, cheio, quente, molhado. Me deparo com a realidade de quereres. Viajo pelas imagens, sentimentos e outras coisas. Mergulho dentro de mim à procura do que está lá fora a minha espera, não sei. No escuro ainda me encontro sob a luz lunar, só, sozinho, um barco, uma folha, um balão que voa, flâmula e que não encontrou o lugar pra se prender. Andarilho, me vejo nessa estrada de terra, areia, barro molhado, sem folhas, galhos ou garranchos. Lá adiante acredito existir o jardim que aparece nos meus sonhos.